sábado, 12 de maio de 2012

EVANGELHO DE SÃO MARCOS


 


 

I. Evangelho — Significado Original da Palavra


 

Expressão Grega: euangelion


 

A palavra grega para "evangelho", euangelion, foi originalmente usada para descrever as "boas novas" da vitória militar trazida de um mensageiro ao seu comandante. Em seguida, passou a significar simplesmente uma mensagem "boa". Os escritores do Novo Testamento escolheram esta palavra para descrever as "Boas Novas" de Jesus Cristo e Sua salvação. É a vinda do Reino de Deus (cf. Mt 4,17). Preparada já no Antigo Testamento (Is 40,9; 52,7; 61,1) é agora anunciado por Jesus e assumido em sua própria pessoa.


 

O Profeta Isaías é um arauto de Boas Notícias. A sua profecia é uma proclamação jubilosa de uma Boa Nova. O povo que habita nas trevas ouve a notícia jubilosa de que um novo dia está a surgir. É dito aos cativos que a libertação está a caminho. Os corações despedaçados são confortados. Não admira que a mensagem do Profeta Isaías seja plenamente apropriada no Novo Testamento para proclamar a Boa Nova de que o Reino de Deus está próximo (Mc 1, 15).


 

Textos Importantes:


 

Is 40, 1-5: Deus escolhe um arauto para levar Boas Notícias ao povo. O poema de abertura tem como pano de fundo o Conselho Divino reunido no Céu (cf. Jer 23, 18). A libertação do Exílio é vista como um novo Êxodo. É importante preparar os caminhos do Senhor no deserto. Quando o profeta Isaías se encontrou no conselho divino, foi enviado a anunciar ao povo infiel um dia de juízo e condenação ( Is 6, 9-13). Agora, o Deutero Isaías, está perante o Conselho Divino, a fim de receber a missão de anunciar uma Boa Nova de salvação: "confortai, confortai, o meu povo" (Is 40, 1).

Is 40, 9-11: O arauto deve coloca-se em cima de um monte alto, a fim de ser ouvido por toda a gente. O Senhor vem com a ternura de um Bom Pastor que conduz as ovelhas e toma os cordeirinhos ao colo.

Is 42, 1-9: Primeiro cântico do Servo. Deus escolhe o seu servo para realizar uma missão.

Is 43, 1-7: Deus ama o seu povo como um pai ama os seus filhos. Vai chamar os seus filhos do Norte e do Sul. Estes vão atravessar sãos e salvos as águas, tal como aconteceu ao povo quando do Êxodo.

Is 43, 18-21: O Deus que liberta o seu povo é o mesmo que fez maravilhas no Egito para com os seus pais.

Is 44, 6-8: Ao libertar Israel, Deus dá provas de ser o único Deus. É o primeiro e o último. Não há outro além dele.

Is 44, 9-19: bonita forma de dizer que os ídolos são coisas ridículas e vazias.

Is 45, 1-4: Deus vai fortalecer e acompanhar o imperador Ciro. Este é o escolhido de Deus para realizar o projeto de Deus, apesar de não o saber.


 


 


 

Is 47, 1-6: Babilônia vai ser humilhada e a sua glória vai desaparecer. Foi o instrumento de castigo de Deus, mas agora Deus vai restaurar o seu povo. Por isso precisa doutra mediação.

Is 49, 1-6: Segundo Cântico do Servo. O Senhor vai fazer do seu Servo a luz das nações.
Is 49, 14-17: Deus sente uma ternura maternal pelo seu povo. Mesmo que uma mãe esquecesse o seu filho, Yahweh não esqueceria o povo que escolheu para ser luz no meio das nações.

Is 50, 4-9: O servo sofre pacientemente. A sua força e coragem está em Deus.

Is 52, 13-53, 12: Quarto cântico do Servo. O Novo Testamento vê neste cântico um prenúncio da Paixão de Cristo.

Is 54, 1-10: Jerusalém destruída era como uma mulher estéril. Mas agora o Senhor vai restaurá-la e dar-lhe muitos filhos. Tem mesmo de alargar a sua tenda a fim de acolher esses filhos. Tal como fez com Noé, Deus jura nunca mais se irritar contra Jerusalém (Is 54, 9).


 

De acordo com Marcos 1:1-4, o evangelho começa com a proclamação de João Batista. O prometido nascimento de João Batista é uma boa notícia (Lucas 1:19), não só para seus pais (Lucas 1:7, 24-25), mas para todo o povo. João é enviado para preparar a vinda do Messias (Lc 1,14-17, 67-79). A pregação de João é "evangelho" (João 3:18) pelo mesmo motivo. O Messias estaria vindo para julgar, um processo que envolve tanto a condenação e salvação (Lucas 3:3-17). A mensagem de João é o evangelho para os pecadores em que eles são avisados do perigo iminente e exortados a arrepender-se antes que o machado decepe (Lucas 3:7-9). É também evangelho para o arrependimento em que lhes foi prometido perdão (Lucas 3:3) e associação da comunidade do Messias (Lucas 3,17). O nascimento do próprio Salvador é anunciado como "boa notícia", trazendo grande alegria (Lc 2,10-11).


 

Depois que João Batista batizou Jesus, Jesus foi autorizado por Deus e ungido pelo Espírito para proclamar o evangelho (Marcos 1,14 e Lucas 4,18). No coração da Sua pregação está o anúncio: "O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo: arrependei-vos e crede no evangelho" (Marcos 1,15). A mensagem do evangelho de Jesus centra-se na vinda do Reino de Deus. Com a vinda do reino, o governo de Deus será concluído. O injusto será julgado, a justiça estabelecida, e Seu povo será glorificado.


 

Versículo Chaves:


 

Marcos 1,1. 14-15; Romanos 1,1. 9. 16; Filipenses 1,16


 

Depois da ressurreição de Jesus, o evangelho foi proclamado pelas suas testemunhas. O conteúdo deste evangelho é registrado no livro de Atos e nas cartas de Paulo. Tendo ressuscitado dentre os mortos, Jesus Cristo novamente evangeliza (Ef 2,16-18), mas o faz agora através de Seus representantes designados (Rm 15,16-18). Mais do que isso, Cristo tornou-se, e é o tema central do evangelho, o Proclamador é agora Proclamado. Isso é repetidamente afirmado por Lucas (Atos 5,42, 8, 4-5. 35; 11,20; 17,18) e por Paulo (Rm 1,1-4; 10,8-17; 15,19 -- 20; Fil. 1, 15-18). O próprio Cristo é o tema central da mensagem do evangelho que foi confiado a nós para compartilhar com o mundo.


 


 

II. Os Evangelhos Sinópticos


 

Porque os três primeiros evangelhos (ou sinópticos) são tão parecidos entre si?


 

1.
Sinóptico - é uma palavra que significa "visto do mesmo ângulo", "observado do mesmo ponto de vista" ou "visto sob a mesma ótica". São eles: Mateus, Marcos e Lucas. Eles mostram Jesus, que nasceu de Maria, viveu como homem, foi batizado no rio Jordão por João Batista, fez milagres, ensinou, morreu na cruz, ressuscitou e, ordenou que os discípulos anunciassem o Evangelho a todos os povos. Contudo, o estudioso da vida de Jesus, de imediato tem de se defrontar com o "problema sinóptico": Porque os três primeiros evangelhos (ou sinópticos) são tão parecidos entre si?O problema sinóptico entra em foco quando a seguinte estatística é observada: Cerca 93-95% do Evangelho de Marcos é reproduzido em Mateus e Lucas. Dos 661 versículos contidos em Marcos, todos, exceto cerca de 30, são encontrados nos outros dois sinópticos. A substância de 606 versículos pode ser encontrada em Mateus (correspondendo a 500 por causa de diferente disposição do conteúdo). Lucas reproduz cerca de 320 versículos de Marcos, incluindo 24 que Mateus não usou. Isso significa que dos 661 versículos contidos em Marcos, somente 30 não aparecem nos outros dois . Isso significa que 93-95% de Marcos é encontrado ou em Mateus ou em Lucas, mas, somente 58% de Mateus e 41% de Lucas é encontrado em Marcos (e, apenas 8% de João é comum a Marcos).


 

As concordâncias e coincidências são bem impressivas no Novo Testamento grego. Versículos idênticos nos três Evangelhos e, idênticos em dois, são imediatamente evidentes. A concordância, em um grande número de casos, é encontrada no vocabulário e na ordem de palavras. Em outros exemplos, são usados sinônimos, e é observada a ordem invertida. Também se observa que a ordem geral da narrativa de eventos é seguida. Quando um dos outros dois Evangelhos divergem da ordem de Marcos, o outro é fiel a ele. Mateus e Lucas dificilmente concordam juntos em contraposição a Marcos.


 

Este é o problema sinóptico. É a tarefa do estudante do Novo Testamento tentar explicar as semelhanças e divergências nos três Evangelhos. "Porque eles têm tantas coisas em comum, e como explicar as diferenças?".


 

É difícil para muitos, aceitar a idéia de que os escritores dos Evangelhos poderiam ter usado histórias, tanto escritas quanto orais, acerca da vida de Cristo. Sua concepção dos Evangelhos é que o Espírito Santo deu o material a cada um dos escritores de maneira mecânica; ou seja, os autores dos Evangelhos eram simplesmente penas nas mãos do Espírito Santo. Contudo, o prefácio do Evangelho de Lucas (1:1-4), afirma claramente que ele havia investigado muito inteiramente o material a ser escrito. Isso indica que Lucas teve acesso a fonte tanto orais quanto escritas. Deve ser presumido, então, que os escritores dos Evangelhos também usaram "fontes" para sua obra.


 

2. O Evangelho Segundo João – Não pode ser contado entre os sinópticos, porque João quis mostrar Jesus de outro ângulo. Ele fala de Deus, Criador do mundo, que se fez carne e habitou entre nós. Fala dos milagres e dos ensinos de Jesus, mas para provar que Jesus é Deus.


 



Foi João quem registrou a polêmica de Jesus como os fariseus, em que Jesus disse: "Eu sou o pão da vida", Jo.6.35. "Porque Eu desci do céu" (v.38); "Eu sou o pão que desceu do céu" (v.41) etc. Só João registrou palavras de Jesus, como: "Eu e pai somos um" ( Jo.10.30) e, "quem me vê a Mim vêm o Pai" (Jo.14.9) e "Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em Mim, e eu em ti... " (Jo.17.21). Finalmente, o que encontramos em Mateus está em Marcos e Lucas, mas não está, de modo geral, em João. E nem tudo o que está em João encontramos nos três sinópticos.


 

Evidentemente, João era da opinião que os evangelistas sinópticos já haviam apresentado informações suficientes sobre o ministério na Galiléia e sobre o Reino de Deus; por esta razão, sua ênfase recaiu sobre a Divindade de Jesus.


 

3. O Livro de Atos – Fala da fundação da Igreja, que aconteceu no dia do Pentecoste; do viver diário dos cristão primitivos; de suas lutas; perseguições e vitórias; e, da expansão do Evangelho através das obras missionárias iniciadas com Paulo e Barnabé.


 

4. As Epístolas – Ou Cartas são interpretações dos ensinos de Jesus e o estabelecimento da doutrina cristã. Elas foram escritas para atender necessidades da época, e não, com o objetivo de compor um volume, como a Bíblia que temos hoje. Contudo, Deus estava coordenando tudo, visando o estabelecimento da doutrina cristã para que, todos os povos em todas as épocas, pudessem conhecer a Verdade do Evangelho de Cristo. Essas epístolas são:


 

Doutrinárias – Especialmente Romanos, Gálatas e Hebreus; embora as outras também tratem do assunto.


 

Um manual de vida cristã – 1ª e 2ª Coríntios, 1ª e 2ª Timóteo, Tito e 1ª, 2ª e 3ª João.

Pessoais – Efésios, Colossenses, Filipenses, 1ª e 2ª Tessalonicenses, Tiago, 1ª e 2ª Pedro e Judas.


 

5. Livro de Profecia: Apocalipse - O livro de Apocalipse de João é a previsão dos últimos acontecimentos, tanto com relação aos justos quanto aos ímpios. Trata de consumação dos tempos, com a obra de Deus chegando ao seu desfecho.


 

A VIDA PÚBLICA DE JESUS - Testemunho extra-bíblico.


 

Mateus, Marcos, Lucas e João - com todo o direito figuram em primeiro lugar como as principais fontes de estudo sobre a vida de Jesus. As poucas fontes informativas não canônicas - o historiador judeu do primeiro século, Josefo (com posteriores inserções feitas por copistas cristãos), o Tamulde Babilônico e, os escritores romanos Plínio (o Jovem), Tácito, Suetônio e Luciano - são tão lacônicas que não se revestem de valor algum, na tentativa de reconstituição da carreira de Jesus. No entanto, confirmam que Ele realmente viveu, tornou-se uma figura pública, morreu sob Pôncio Pilatos e, que num espaço de doze anos após a Sua morte, a adoração à Sua Pessoa já havia chegado à lugares tão distantes quanto Roma.


 


 

III. Objetivo dos Encontros de Formação Paroquial no Ano de 2012:


 

1. Ler o Evangelho de São Marcos num ambiente comunitário e de oração, facilitando assim um encontro pessoal com Jesus que possa gerar em nós a conversão.


 

2. Qual o objetivo do seu Grupo?


 

3. Qual o seu objetivo?


 

3. Quais os objetivos dos Grupos?


 

IV. De inicio vamos ler alguns textos nos quais são apresentadas diversas opiniões sobre Jesus, e prestando atenção no que todos os personagens dizem sobre ele, na forma como o recebe ou o valoriza, escrevam numa folha a opinião de cada um deles e qual foi a reação de Jesus.


 

1. Os demônios: ---------------------------------------------------- Mc 1,24; 3,11; 2, 6-7.

2. O povo: ------------------------------------------------------------- Mc 6,14-15; 10,47; 11,10.

3. Herodes: ------------------------------------------------------------ Mc 6,16.

4. Pedro: --------------------------------------------------------------- Mc 8,30.

5. O oficial do exército: -------------------------------------------- Mc 15,39.

6. O evangelista: ----------------------------------------------------- Mc 1,1.

7. A voz do céu: ------------------------------------------------------ Mc 1, 9-11; 9, 2- 13.

8. O Próprio Jesus: -------------------------------------------------- Mc 8,31; 9,30; 10,33; 14,61-62.

9. O que diz o seu grupo sobre Jesus (Resposta Coletiva)?

10. O que você diz de Jesus (Resposta Individual)


 


 


 

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